O Braile, uma dança às cegas

O BRAILE, UMA DANÇA ÀS CEGAS

Ato de 20 minutos para a Cia PeQuod - coreografia de Duda Paiva

INTERCÂMBIO CIA PEQUOD & DUDAPAIVACOMPANY

A idéia por trás de "O Braile, uma dança às cegas", coreografia inédita dirigida por Duda Paiva, surge da potente experiência que a Cia PeQuod teve ao convidar renomados coreógrafos cariocas para criarem quadros que só um boneco poderia executar, assim nasceu PEH QUO DEUX, mais recente espetáculo da PeQuod, considerado pelo Jornal O GLOBO como um dos 10 melhores espetáculos de Dança de 2014. A montagem ainda recebeu obteve ótimas críticas da imprensa em geral e uma indicação ao Prêmio Questão de Crítica, na Categoria Especial, pela pesquisa de movimento.

Ao conjugar o teatro de animação e a dança contemporânea, PEH QUO DEUX apostou no cruzamento de linguagens e marcou uma nova etapa de investigação do movimento humano, largamente estudado pela PeQuod. Partindo dos temas propostos pelo escritor italiano Italo Calvino em seu livro Seis Propostas para o Próximo Milênio, Miguel Vellinho convidou os coreógrafos Bruno Cezario, Cristina Moura, Marcia Rubin, Paula Nestorov e Regina Miranda para criarem coreografias a serem executadas pelos bonecos. As partituras construídas extrapolam os limites do movimento humano e o espetáculo, composto por quadros, destaca-se pela precisa movimentação técnica dos manipuladores, revelando muitas camadas deste pas-de-deux entre a dança e o teatro de animação, inspirado pela literatura.

Por tudo isto, Duda Paiva pareceu ser o artista perfeito para colaborar neste momento com a PeQuod e dar continuidade em sua pesquisa na busca por uma conexão mais profunda entre objeto e manipulador, em prol do movimento poético e fluido. Há vinte anos radicado em Amsterdã, na Holanda, Duda Paiva é um dos pioneiros de um novo conceito que mescla dança contemporânea e manipulação de marionetes clássica, usando o movimento e a voz como instrumentos narrativos dentro da coreografia.

Durante o mês de fevereiro, de 2015, foi desenvolvido o treinamento específico e ensaios para a construção da coreografia “O Braile, uma dança às cegas”, que teve direção de Duda Paiva e supervisão de Miguel Vellinho, diretor da Cia PeQuod. A rigorosa disciplina do bailarino é aqui transposta para o universo do boneco, incentivando um salto na qualidade técnica dos atores/manipuladores da PeQuod.

Este processo iniciado com a PeQuod, faz parte de um projeto maior para ambas companhias envolvidas: Duda Paiva está no início de uma pesquisa para seu próximo espetáculo-solo que envolvem questões relativas ao comportamento gestual da pessoa com deficiência visual, para quem a questão tátil é extremamente importante na relação com o ambiente que a rodeia. Estas foram as premissas iniciais para O Braile, que sem fazer distinção entre atores e bonecos, definiu seu elenco como “um quarteto”. Na verdade, o trabalho envolve três atores da PeQuod (Liliane Xavier, Mariana Fausto e Miguel Araújo) e um boneco, confeccionado pelo próprio coreógrafo.

Já para a PeQuod, a criação deste quadro dá partida para um novo projeto, que aprofunda os desafios vistos em PEH QUO DEUX. Segundo o diretor Miguel Vellinho, “Duda trouxe para a PeQuod aquilo que eu já vinha procurando há cerca de um ano, na discussão de um corpo insólito, ainda que antropomorfo. Duda veio para pavimentar essa questão entre nós, com todo o seu universo distópico, estranho, bizarro. Estamos realmente trabalhando em outro registro, tateando ainda algumas ideias, mas extremamente estimulados e realimentados com esta troca”.

O intercâmbio entre as Companhias aconteceu durante o mês de fevereiro deste ano. Ele iniciou-se através da oficina O CORPO DO ATOR E O CORPO DO BONECO, ministrada por Duda Paiva, no Espaço SESC, em Copacabana e encerrou-se com cinco apresentações de O BRAILE, UMA DANÇA ÀS CEGAS, no Mezanino, do Espaço SESC. O espetáculo, de classificação livre, teve sessões gratuitas nos dias 23/02 (apresentação para convidados) e 24 e 25 de fevereiro, às 20h e 21h, para o público em geral.

Este projeto a partir de agora, é oferecido como uma performance de 20 minutos que pode ser acompanhada de um bate papo, após a apresentação, sobre o processo de construção do quadro e sobre a recente pesquisa desenvolvida pela Cia Pequod unindo a dança e o teatro de animação.

Este trabalho também pode estar unido à oficina, O CORPO INSÓLITO, que é ministrada pelo diretor da PeQuod, Miguel Vellinho.

 

O BRAILE, UMA DANÇA ÀS CEGAS

DANÇA/TEATRO DE ANIMAÇÃO

Duração: 20 minutos

LIVRE (indicação etária: à partir de 12 anos)

 

Ficha Técnica

O Braile, uma dança às cegas, conceito para ato de 20 minutos com coreografia de Duda Paiva

Coreografia: Duda Paiva

Elenco: Liliane Xavier, Mariana Fausto e Miguel Araújo

Iluminação: Renato Machado

Operação de Luz: Pablo Cardoso

Operação de som: Raquel Botafogo / Miguel Vellinho

Produção: Lilian Bertin e Liliane Xavier

Assistência de Produção: Luciano Borges

Preparação Corporal e assistência de direção: Raquel Botafogo

Registro Videográfico: Vitor Damasceno

Supervisão Geral: Miguel Vellinho

Realização: SESC

Apoio Cultural: Consulado Geral do Reino dos Países Baixos

Estréia deste trabalho em 2015

Dia 22/02/2015 - ensaio fechado para convidados às 21h

Dia 24/02/2015 e 25/02/2015 - apresentações

3ª e 4ª feiras, às 20h e 21h

Local: Mezanino

Espaço SESC

Rua Domingos Ferreira, 160 - Copacabana - Tel: 2547 0156

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